A gestação é um período de grandes transformações emocionais e físicas. Ao longo de nove meses, o corpo da mulher se prepara para o nascimento de uma nova vida e isso reflete diretamente na saúde como um todo, inclusive na vascular. As varizes, vasinhos, inchaço e sensação de queimação nos membros inferiores são queixas comuns das grávidas.
Durante a gravidez, há um aumento na quantidade de volume de sangue circulante e dos hormônios, como a progesterona, que aumenta a dilatação das veias, e, claro, o ganho de peso! O crescimento do útero exerce pressão nas veias pélvicas e na veia cava inferior, responsável por transportar o sangue venoso do abdômen e dos membros inferiores para o coração, de acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).
Isso compromete o retorno venoso, causa a dilatação das veias e, por consequência, as varizes. Em alguns casos, a mulher já possui varizes antes da gestação e a quantidade se intensifica devido às alterações no corpo citadas anteriormente.
Trombose
A gravidez também é um fator de risco para a formação de trombos.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a gestação aumenta o risco de tromboembolismo venoso em cinco vezes, comparado com a mulher não gestante e o risco é ainda maior durante o terceiro semestre de gestação e no período pós-parto.
Em casos mais graves, a condição pode evoluir para uma embolia pulmonar e levar à morte materna. Além disso, também aumenta o risco de abortos de repetição e parto prematuro quando há antecedentes de trombofilia (alteração genética que aumenta a formação de trombos).
Prevenção
Como evitar esses problemas? Basta intensificar os cuidados com a saúde vascular na gravidez:
- Praticar exercícios físicos. A hidroginástica e a caminhada melhoram a circulação sanguínea do corpo e evitam ou diminuem o inchaço
- Uso de meias elásticas para prevenir as varizes (com a indicação de um especialista)
- Alimentação balanceada
- Controle do peso
- Evitar ficar em pé ou sentada durante longos períodos
- Elevar as pernas para aliviar o inchaço
- Massagens, como a drenagem linfática
O acompanhamento com um angiologista ou cirurgião vascular é fundamental. Se a mulher apresenta outro fator de risco além da gestação, será necessário um diagnóstico mais detalhado para a indicação de um tratamento mais eficaz após o parto, caso seja necessário.
